155/96 : Centro de Ação de Direitos Sociais e Econômicos (SERAC) e Centro de Direitos Econômicos e Sociais (CESR) / Nigéria Resumo dos Fatos 1. A comunicação alega que o governo militar da Nigéria tem estado diretamente envolvido na produção de petróleo através da companhia petrolífera estatal, a Empresa Nacional Nigeriana de Petróleo (NNPC), a acionista majoritária de um consórcio com a Shell Corporação de Desenvolvimento Petrolífero (SPDC), e que estas operações têm causado degradação ambiental e problemas de saúde resultantes da contaminação do meio ambiente entre o Povo Ogoni. 2. A comunicação alega que o consórcio petrolífero explorou as reservas de petróleo em Ogoniland sem nenhum respeito à saúde ou ao meio ambiente das comunidades locais, eliminando resíduos tóxicos no meio ambiente e nos cursos d'água locais, violando as normas ambientais internacionais aplicáveis. O consórcio também negligenciou e/ou não conseguiu manter suas instalações causando numerosos derramamentos evitáveis nas proximidades de vilarejos. A contaminação resultante da água, solo e ar tem tido sérios impactos na saúde a curto e longo prazo, incluindo infecções de pele, doenças gastrointestinais e respiratórias, e aumento do risco de cânceres, e problemas neurológicos e reprodutivos. 3. A comunicação alega que o governo nigeriano tolerou e facilitou estas violações, colocando os poderes legais e militares do Estado à disposição das empresas petrolíferas. A comunicação contém um memorando da Força-Tarefa de Segurança Interna do Estado de Rivers, apelando para "operações militares impiedosas". 4. A comunicação alega que o governo não monitorou as operações das companhias petrolíferas nem exigiu medidas de segurança que são procedimentos padrão dentro do setor. O governo reteve das comunidades Ogoni informações sobre os perigos criados pelas atividades petrolíferas. As comunidades Ogoni não foram envolvidas nas decisões que afetam o desenvolvimento da Ogoniland. 5. O governo não exigiu que as empresas petrolíferas ou suas próprias agências produzissem estudos básicos de saúde e de impacto ambiental relativos a operações e materiais perigosos relacionados à produção de petróleo, apesar da evidente crise sanitária e ambiental em Ogoniland. O governo até se recusou a permitir que cientistas e organizações ambientais entrassem em Ogonilândia para realizar tais estudos. O governo também ignorou as preocupações das comunidades Ogoni com relação ao desenvolvimento do petróleo e respondeu aos protestos com violência maciça e execuções de líderes Ogoni. 1

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